Eu retrato de mim mesmo.i
A tempo não ouvia mais os pardais...
As cigarras sumiram a várias primaveras...
Sapos e lagartixas não se encontram mais...
Voltar ao passado quem me dera!!!
O espelho me chama a atenção...
Sugere que eu me atenha a nova realidade...
Uma dura e profunda reflexão...
Que é a fábrica de monstros chamada idade!!!
Eu retrato de mim mesmo...
Que subestimei o inexorável tempo...
Não percebi que fiquei muito tempo caminhando a esmo...
Sem nunca prestar atenção na direção do vento!!!
Vento que carrega a areia das praias...
Vento que faz o pólen se espalhar...
Vento que visita as mais distantes moradas...
Vento que limpa o céu para a lua vir namorar!!!
E eu retrato de mim mesmo...
Pobre e feliz espectador...
Olho atentamente para o espelho...
E sinto a presença alegre do criador!!!