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Edson Milton Ribeiro Paes.
"Eterno Aprendiz"
Textos
“O FUTURO DE UM PASSADO QUE VIROU CINZAS”
 
Hoje eu tenho motivos para chorar. Mas ainda não chorei e quem sabe não vá chorar por mais esta tragédia. Ninguém ateou fogo, eu acho. Mas um alguém ou varias pessoas atearam fogo sim. Quando um chefe de Estado desvia verbas para sua conta pessoal ele esta tocando fogo no museu, ele esta sentenciando jovens ao trafico, ele esta matando pessoas na fila dos hospitais, ele esta emburrecendo a sociedade por falta de escolas. Ele esta tirando as esperanças das crianças. Ele esta matando o pai de família, ele esta subjugando pessoas, ele esta diminuindo a qualidade de vida de todos que estão sujeitos a seus desmandos. O Museu Nacional não acabou ontem com as chamas, ele acabou quando o chefe de Estado não disponibilizou o auxilio necessário para sua preservação. O fogo só encontrou caminho aberto para oficializar a destruição. Mas se engana que acha que ele queimou a historia do passado. Ele destruiu o que o futuro tinha de mais rico. Que é a historia da humanidade, a historia da nossa Nação, foi destruído todo um acervo de 200 anos de sacrifício e pesquisas de milhares de pessoas sérias. Um homem, apenas um homem acabou com a Luzia, um registro fóssil mais antigo do Brasil. Onze mil anos de historia calcinados por apenas um homem, um ladrão. A prisão para um facínora desses é algo libertador, a morte a redenção. Um homem destruiu 200 anos do sacrifício de milhares de pessoas. Destruiu um acervo impossível de ser reposto. Junto com as cinzas e a agua que escorria pelos bueiros da Quinta da Boa Vista escorria também as lagrimas daqueles que militavam naquele recinto abandonado pelo poder publico. Junto também ardia a tristeza de milhares de pessoas que passaram por entre aquelas paredes, Príncipes, Imperadores, enfim, do Senhor João faxineiro, da Dona Eulalia, do Senhor Ataide, do Francisco estagiário de Museologia, da Cristina Bibliotecária e interessada pelos milhares objetos ali guardados. Tudo isso foi jogado nos bueiros e nos telhados da Quinta da Boa Vista. A fuligem da maioria do acervo foi espalhada num raio de 15 quilômetros. Os restos escoou junto com as aguas advindas dos jatos que tentavam apagar as chamas ateadas pela ganancia de apenas um homem sem alma. Um ladrão!!!.
 

 
EDSON MILTON RIBEIRO PAES
Enviado por EDSON MILTON RIBEIRO PAES em 03/09/2018
Alterado em 03/09/2018
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