“PEDREGULHOS”

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“PEDREGULHOS”

Ali, no auge da labuta...
Chega o tenebroso algoz...
Exacerbando a sua já inconveniente conduta...
Transforma o já sofrido dia em algo atroz!!!

De toda a montanha que tenho que carregar...
Antes terei que racha-la em pedregulhos...
Pois só em pedaços conseguirei transportar...
Mesmo sendo chicoteado pelos carrascos!!!

Mas foi isso que fiz da minha vida...
Nada mereço por enquanto de melhor...
Para sonhar com uma labuta mais branda...
Terei que ter um conhecimento maior!!!

Talvez saber falar a linguagem dos Anjos...
Aquela que não é por todos conhecida...
Poder falar dos meus desenganos...
Das dores das minhas feridas!!!

Mas ainda não posso...
Isso não me foi facultado...
Vou juntando os meus destroços...
Em meio ao pleito em que sou julgado!!!

Eu volto aos meus pedregulhos...
E as vezes até os acho leves...
Deixo de lado meu orgulho...
Antes que a noite me carregue!!!

Aos que me atiram pedras...
Eu lhes desejo má pontaria...
Mesmo sabendo que é a intenção...
Que a todos nós sentencia!!!

A noite já começa a cair...
No horizonte tão próximo da partida...
E eu nem pretendo insistir...
Para aliviarem a minha carga!!!

Bate quem quer bater...
E apanha quem quer apanhar...
Perdoa quem quer em paz adormecer...
E odeia quem pretende o ódio perpetuar!!!

EDSON MILTON RIBEIRO PAES

Enviado por EDSON MILTON RIBEIRO PAES em 02/06/2018

Alterado em 02/06/2018