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Edson Milton Ribeiro Paes.
"Eterno Aprendiz"
Textos
“CRIAÇÃO DE TALENTOS”
 
Sou de uma época distante, onde se dava valor ao talento puro.
Alguém que quisesse fazer carreira em literatura tinha que ler enciclopédias inteiras. Os melhores autores da Europa eram os mais citados. Como a língua Portuguesa é nossa Mãe, diversos autores Portugueses trafegavam nos nossos fichários ou malas escolares. De Fernando Pessoa a José Saramago. Eu particularmente me ancorei em alguns escritores Portugueses, Espanhóis, Alemães e Italianos.
Um jovem tinha que ter talento para ter uma simples frase publicada. Mas ai entrou o business and business. E a coisa complicou muito. Isso virou pratica comum, até nos esportes.
Na Formula Um tivemos representantes por longos 47 anos.
E tudo indica que talento puro não mais teremos. Ficou mais fácil tentar ensinar alguém com muito dinheiro do que gastar dinheiro com talentos natos. No futebol a coisa é flagrante. É mais fácil pegar alguém com dinheiro e viabilizar seu aprendizado do que investir em um grande talento.
Vemos isso a todo momento em todos os esportes, na musica é onde mais esta pratica se consolidou. Melhor as grande produtoras receberem de alguém que tem dinheiro para pagar mesmo que seja um grunhido qualquer do que gastar dinheiro com um novo talento que pode ou não a vir dar dinheiro. Por este motivo vemos tanta musica ruim nos últimos anos.
Qualquer pessoa que cantarola alguma coisa vai a uma produtora e grava, paga programas de radio e televisão e bomba por algum tempo. No esporte em geral é a mesma coisa, talento não da dinheiro no começo, só consome.
Isso a meu ver é a popularização da mediocridade.
Ai eu lembro de uma musica, “O morro não tem vez” de Tom Jobim. Tem uma parte que diz assim, “Mas se derem vez ao morro toda cidade vai cantar”. Pois bem, deram voz ao morro. Muita musica boa saiu, mas a maioria não serve para nada.
Um grande incentivo a anticultura. A popularização da mediocridade. Na ânsia de resgatar uma divida com a população afro se incentivou qualquer coisa como arte. Esta claro que existem muitos talentos, mas estes não aparecem tanto quanto aqueles que compram o sucesso. A meu ver a cultura do imediatismo cria ídolos na parte da manha e ao deitar este ídolo já não existe mais. A prova disso é que pessoas que tem alguma noção de arte ouvem musicas de 30/40/50 anos atrás. Realmente empobrecemos ao longo dos anos. Beethoven compunha usando todos os acordes da escala musical. Van Gogh pintava em pixels. Aleijadinho esculpia como se fosse com uma lixadeira elétrica. Hoje só vemos copias mal feitas e ou a arte de principiantes. No século XVI existia um Virtuose para cada grupo de cem pessoas. Hoje para cada grupo de cem mil pessoas aparece alguém de talento. Estamos ladeira abaixo!!!

 
EDSON MILTON RIBEIRO PAES
Enviado por EDSON MILTON RIBEIRO PAES em 20/04/2018
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