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Edson Milton Ribeiro Paes.
"Eterno Aprendiz"
Textos
“OS ANOS QUE NÃO VOLTAM”
 
 
Embalados pela voz forte e marcante do “Barão” Fittipaldi uma geração inteira começou a torcer fervorosamente pelos Pilotos Brasileiros que despontavam. Interlagos passou a ser o sonho de todo garoto do inicio dos anos 70.
Emerson, Wilsinho, Pace, Luizinho Pereira Bueno e vários nomes de verdadeiras feras coloriam jornais e revistas do esporte a motor. As rádios e televisões noticiavam as provas com ênfase maior. Chegaram as talas largas, os escapamentos esportivos, tudo motivado pelas corridas que víamos aos domingos antes do filme nas matines pelo Brasil a fora.
Em 1972 ano da primeira prova de Formula Um no Brasil, ainda não oficial, um recorde de publico talvez nunca alcançado.
Pessoas de toda a América do Sul e de muitos Países do mundo estavam em Interlagos a partir da sexta feira.
Mais de mil barracas foram armadas dentro de Interlagos.
Segundo noticiado na época mais de 10 mil carros se expremiam por todas as áreas internas do Autódromo.
Um espetáculo jamais repetido, o Argentino El Lolle, Carlos Reutemann venceu com Ronnie Peterson em segundo, Wilsinho em terceiro, Helmut Marko em quarto, Dave Walker em quinto, Luiz Pereira Bueno em sexto, Emerson em sétimo, Alex Soler em oitavo e Pace em nono lugar. Emerson sagrava-se em 1972 o primeiro Brasileiro Campeão de Formula Um.
Em 1973 o Brasil ja respirava gasolina, carros rebaixados e com talas largas. Milhares de garotos sonhando em ser piloto e tudo foi muito rápido.
Chegamos a ter na categoria maior do automobilismo mundial 5 representantes em um só grid, mostrando ao mundo nosso potencial no esporte.
Poderia aqui falar o porquê fomos caindo e caindo até chegarmos ao final de 2017 sem nenhuma perspectiva de piloto Brasileiro no grid. Após 46 anos de GP Brasil, e 48 anos de participações ininterruptas de Pilotos Brasileiros no Mundial de Formula Um.
Mas eu tenho uma teoria. Não possuímos nenhuma indústria Nacional de veículos ou motores. Nosso parque industrial funciona apenas para montar ou fabricar peças que já vem prontas ou desenvolvidas.
Não existe razão para testarmos nada, tudo já nos chega absolutamente desenvolvido.
Os Pilotos que tivemos foram heróis, receberam equipamentos ultrapassados, foram penalizados por qualquer simples condutas, os que foram Campeões, o foram na raça, na ousadia e na coragem de perder o emprego.
Os donos das fabricas não vão arriscar dar equipamento igual para filho de serviçais conseguirem andar na frente de seus filhos.
É como você fizesse uma grande festa, gastasse uma fortuna para mostrar a habilidade de sua filha no ballet e a filha da cozinheira roubasse os aplausos.
Acabou a era dos Pilotos Brasileiros.
É muito mais complexo do que falam, que basta incentivar o esporte a motor. Sem duvidas isso ajuda, mas se não tivermos fabricas Nacionais não existe razão para se pilotar um carro.
O esporte é caro e precisa de incentivo de fabrica.
Enquanto formos o parque industrial da Europa nunca mais teremos um Brasileiro em condições de competir, Senna foi o ultimo, os que vieram depois foram humilhados para deixar o Mocinho de casa passar.
A meu ver Rubens Barrichello e Felipe Massa não ficaram devendo nada a nenhum dos grids que participaram. Tanto é verdade que além da dificuldade de se entrar na categoria tem a dificuldade maior em permanecer. E os nossos meninos Rubinho e Massa ficaram quase duas décadas.
Se algum dia tiver alguém no Governo que seja Patriota de fato, com certeza vai incentivar a construção de automóveis Brasileiros. Só assim poderemos um dia sonhar com a volta dos nossos meninos a disputar e a ganhar títulos pelo mundo, enquanto isso não acontecer eles só vão levar dinheiro para as equipes e nenhuma chance de vencer!!!

Reverencio a todos os Pilotos Brasileiros que alinharam na categoria maior do automobilismo Mundial, independente se conseguiram vencer ou não, para mim são todos grandes Campeões!!!

 
Edson M.R.Paes
13/11/2017
 
 
EDSON MILTON RIBEIRO PAES
Enviado por EDSON MILTON RIBEIRO PAES em 13/11/2017
Alterado em 13/11/2017
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